segunda-feira, 25 de outubro de 2010

PTfobia e Eleições.

Esses dias eu estava convesando com um amigo sobre esse grande movimento anti Dilma Rousseff. Boatos se juntam com meias verdades e verdades usadas as vezes fora de contexto. Mas qual seria o motivo de tanto alarde?
Seria a falta de experiência da Dilma? O seu passado meio desconhecido e nebuloso? O jeito meio brucutu que as vezes ela apresenta, ou a sua falta de eloquencia?
Talvez um pouco de tudo isso. Mas acho que o motivo também seria bem maior que a Dilma em si.

Desde a retomada da democracia essa pode ser a primeira vez que um partido governa o Brasil por três mandatos consecutivos. E logo um partido (outrora) de esquerda em que sua maior figura, Lula, tem relações muito próximas e condescendentes com figuras como Hugo Chavez e Mahmoud Ahmadinejad. Lula já expressou vontade de se eleger novamente em 2014. Se Dilma for eleita - e a mentalidade do povo continuar a mesma - é muito provável que Lula se candidate novamente daqui a 4 anos e consiga se eleger novamente. Lembrando que ele está deixando a presidência com o maior índice de aprovação jamais alcançado. Se tudo ocorrer desse jeito - que não seria uma coisa absurda - ele ainda poderia concorrer ao 2º mandato. Ou seja, nesse cenário o PT governaria por 20 anos.
Assim como Chavez faz na Venezuela, Lula parece estar disposto a montar um longo governo do PT, mas por vias "legais". Lula é mais inteligente e carismático que Chavez, e sabe disso. Na época em que se discutia a possibilildade de mudar a Constituição para permitir um terceiro mandato, ele negou e recusou qualquer intenção de fazer isso. Talvez sabendo que sua popularidade elegeria até um poste.

O seu carisma faz o povo (pelo menos, grande parte) esquecer os escândalos que se sucederam sob seu comando. Cegueira ou incompetência? Não importa. O presidente "do povo" não tem culpa de nada. E assim, Lula foi acumulando popularidade ao longo desses últimos 8 anos. E, com o nome de Dilma Rousseff sendo cotado para a sucessão, o governo fazia de tudo para passar o máximo dessa popularidade de Lula para ela e preservar a sua imagem. Quando algo dava errado, Dilma misteriosamente "sumia"; o episódio do apagão em 2009 é um exemplo.
Mas, se eleita, ela não vai poder desaparecer quando problemas aparecerem. Ao contrario, ela vai ter que assumir os pepinos, ou fazê-los desaparecer.

Não vou mentir, eu não gosto da Dilma, e cada vez mais fico impressionado com as mentiras e as hipocrisias do Serra e do PSDB. Mas, independente do resultado da eleição, acho que o novo presidente merece o benefício da dúvida, e, mesmo que nenhum deles seja o candidato que eu gostaria, vou torcer para que faça um bom governo.
Acima de ideologia política, partidarismo, gostar ou não do nosso novo representante nos próximos 4 anos, ou qualquer outra coisa, o Brasil precisa de um bom presidente, que respeite o povo. E assim, o respeitaremos.

sábado, 16 de outubro de 2010

Doença nacional

Os políticos adoram jogar com a ignorância e com a memória curta do povo. O Tiririca foi um caso meio “boi de piranha”. O partido o colocou lá como isca, a população foi em peso nele. Só que em vez de se “sacrificar”, ele conseguiu ser eleito, e levou 3 junto com ele. O povo caiu direitinho e a coligação conseguiu o que queria.
Muita gente pensa que votou nele como “forma de protesto”, mas, na verdade, acabou fazendo exatamente o que o partido queria.
Tenho amigos paulistas que se sentem envergonhados por um candidato como o Tiririca ter sido eleito — ainda mais com tamanha aprovação, mas de uma coisa eu tenho certeza: se ele fosse candidato aqui no Rio ou em qualquer outro estado, teria sido eleito do mesmo jeito. Portanto, não fiquem assim. Isso não se restringe a São Paulo. É uma doença nacional.

O povo brasileiro é muito previsível e ingênuo, os políticos sabem disso, e usam a favor deles. Eles são pegos em escândalos de todos os tipos, frequentam a mídia por um mês, somem por um tempo, e depois voltam como se nada tivesse acontecido. E continuam sendo eleitos.
Só como exemplo, aqui no Rio de Janeiro o Garotinho ganhou com larga vantagem pra Deputado Federal. No Maranhão, Roseana Sarney foi eleita no primeiro turno, e, em Brasília, a inacreditável Weslian Roriz conseguiu ir pro segundo turno. Aliás, a Weslian Roriz é a personificação da falta de noção e da “marionetização” do povo.
Não adianta aparecer uma nova geração de políticos se o povo continua votando nos “medalhões” apenas por conhecerem ou já estarem acostumados com eles. Não haverá revolução na política enquanto nós não aprendermos a votar e largamos o medo do “novo”.
No dia seguinte da eleição, um conhecido estava conferindo no jornal os deputados eleitos e, pensativo, falou: “em quem eu votei ontem mesmo? Nem lembro.”
Eu o questionei por isso e ele apenas deu aquele sorriso sem graça.

O problema está em nós.