segunda-feira, 2 de maio de 2011

Justiça ou vingança?



No fim da noite do primeiro domingo de maio de 2011 o mundo recebeu uma notícia que talvez nem esperava mais: Osama Bin Laden tinha sido morto numa operação militar dos Estados Unidos.
Enquanto muitos pensavam que ele estaria vivendo em alguma caverna ou montanha no meio do nada, o líder da Al-Qaeda e orquestrante do atentato de 11 de setembro, estava vivendo numa mansão no Paquistão.

Mas o que me chamou mais atenção nessa história foi o êxtase coletivo que contagiou os americanos. Nós brasileiros não temos um inimigo tão significativo como o Bin Laden era para os Estados Unidos. Sabemos que os americanos sofreram com o atentado ao World Trade Center, e desde então têm vivido em constante medo de outros atentados. Mas essa euforia nacional em torno da morte dele meio que me assusta. Esse desejo de morte como vingança ou justiça soa meio assustador.
Lembro de um dos últimos debates entre o Obama e o McCain na disputa presidencial em 2008. Em um dos assuntos do debate o Obama falou: "Vamos achar o Bin Laden e matá-lo". Simples assim. Não sei se é por não termos pena de morte aqui no Brasil, mas eu achei isso meio absurdo ja na época, e agora vejo a concretização disso e o orgasmo nacional que causou...
No discurso anunciando a morte de Bin Laden, Obama declarou que "A justiça foi feita". Mas como assim? Sem julgamento? Foi só invadir a casa e fuzilá-lo? Isso não me parece certo. Essa filosofia de "olho por olho" é muito perigosa. E o mundo também não é "um lugar melhor e mais seguro". A ideologia de Bin Laden vai continuar sendo perpetuada pelos seus seguidores e pelos extremistas islâmicos.

Não estou dizendo que devemos chorar pela morte de uma pessoa como o Osama Bin Laden. O luto não existe. Mas essa celebração histérica também não deveria existir.