
No fim da noite do primeiro domingo de maio de 2011 o mundo recebeu uma notícia que talvez nem esperava mais: Osama Bin Laden tinha sido morto numa operação militar dos Estados Unidos.
Enquanto muitos pensavam que ele estaria vivendo em alguma caverna ou montanha no meio do nada, o líder da Al-Qaeda e orquestrante do atentato de 11 de setembro, estava vivendo numa mansão no Paquistão.
Mas o que me chamou mais atenção nessa história foi o êxtase coletivo que contagiou os americanos. Nós brasileiros não temos um inimigo tão significativo como o Bin Laden era para os Estados Unidos. Sabemos que os americanos sofreram com o atentado ao World Trade Center, e desde então têm vivido em constante medo de outros atentados. Mas essa euforia nacional em torno da morte dele meio que me assusta. Esse desejo de morte como vingança ― ou justiça ― soa meio assustador.
Lembro de um dos últimos debates entre o Obama e o McCain na disputa presidencial em 2008. Em um dos assuntos do debate o Obama falou: "Vamos achar o Bin Laden e matá-lo". Simples assim. Não sei se é por não termos pena de morte aqui no Brasil, mas eu achei isso meio absurdo ja na época, e agora vejo a concretização disso e o orgasmo nacional que causou...
No discurso anunciando a morte de Bin Laden, Obama declarou que "A justiça foi feita". Mas como assim? Sem julgamento? Foi só invadir a casa e fuzilá-lo? Isso não me parece certo. Essa filosofia de "olho por olho" é muito perigosa. E o mundo também não é "um lugar melhor e mais seguro". A ideologia de Bin Laden vai continuar sendo perpetuada pelos seus seguidores e pelos extremistas islâmicos.
Não estou dizendo que devemos chorar pela morte de uma pessoa como o Osama Bin Laden. O luto não existe. Mas essa celebração histérica também não deveria existir.