Lá se foi mais um ano. 2013 foi bastante bom — aliás não me lembro da última vez que tive dois bons anos seguidos. Em 2012, fiz o módulo I (Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica) do curso do crítico de Cinema Pablo Villaça. Ano passado fiz o Módulo II (Forma e Estilo Cinematográficos). O bom desses cursos é que, além de adquirir conhecimento na área, você acaba conhecendo pessoas legais e fazendo amigos. Alguns deles já considero muito e são importantes para mim.
No blog, não consegui manter a minha meta pessoal de 1 post por semana, mas foram 41 posts, o recorde até hoje. Além disso, inaugurei duas novas seções: "Curtas" e "Fora de Série", expandindo os comentários da telona para a telinha.
Em 2013 assisti a 300 filmes, 228 vistos pela primeira vez e 72 revistos. Abaixo vou postar os meus filmes preferidos lançados em 2013, seja aqui ou lá fora. Os filmes que estarão na lista são os filmes que mais me divertiram, fizeram pensar ou de alguma forma eu os achei relevante. Não ouso dizer que "O Homem de Aço" é melhor que "O Mestre", por exemplo. Mas, dentre os dois, é o que me divertiu mais. Portanto, essa lista é mais pessoal do que objetiva. E, obviamente, são os filmes de 2013 que eu vi até a data do post.
Gravidade
A primeira nota 10 que dou, desde "A Origem", de Christopher Nolan. O filme é de um primor técnico e narrativo impressionante. Cuarón fez o que tantos disseram que ele não poderia fazer. Um milagre da tecnologia.
"Há muito tempo eu não saía do cinema tão satisfeito. 'Gravidade' vai
muito mais além do 'filme-catástrofe' — é um belo conto sobre
renascimento e, mais que isso, evolução.
Os
méritos da obra vão muito além dos aspectos técnicos. A produção beira a perfeição, graças especialmente ao roteiro dos Cuarón e a atuação iluminada de Sandra Bullock. A metáfora
do renascimento de Ryan Stone como uma pessoa evoluída é linda e muito
bem apresentada."
Crítica:
http://isduarte.blogspot.com.br/2013/10/gravidade.html
Django Livre
Tarantino consegue de novo. "Django Livre" é um filme não só divertido, mas relevante. O diretor trata a escravidão de um modo visceral e com uma certa sensibilidade, deixando seu humor característico para os momentos corretos e de violência catártica.
"O filme
conta uma incrível história de ascensão de um escravo liberto. As cenas
fortes estão ali para criar um sentimento de revolta no espectador,
para que a vingança de Django seja mais "justificável", para que o
público se sinta vingado. E Tarantino faz isso com muita competência."
Crítica:
http://isduarte.blogspot.com.br/2013/02/django-livre-oscar-2013.html
Círculo de Fogo
"Pacific
Rim"estreou cercado de expectativas e cumpriu cada uma delas. Mesmo com
um roteiro meio frágil, é um filmaço de encher os olhos e mexer com a
criança interior de cada um. Robôs e monstros gigantes povoam nossa
imaginação desde pequeno, e Guillermo Del Toro nos presenteia com um
espetáculo visual de proporções épicas.
"Mesmo sendo cheio de metal e monstros, "Círculo de Fogo" não é um filme
bruto, artificial, mas sensível, que envolve o espectador,
principalmente pela força de seus personagens. O elo que Guillermo del
Toro cria entre Raleigh e Mako é muito bonito. É emocionante quando,
perto do final do filme, Raleigh diz à ela "All I have to do is fall,
Mako. Anyone can fall". É verdade que a fala teria ainda mais peso se o
destino de seu personagem fosse diferente, mas, por tudo o que
significa, pela construção da cena, e interpretação de Charlie Hunnam
(que merece ser mais conhecido) é um momento comovente e importantíssimo
para a história do filme."
Crítica:
http://isduarte.blogspot.com.br/2013/08/circulo-de-fogo.html
A Hora Mais Escura
"Zero Dark Thirty" consegue ser extremamente eficiente ao fazer um apanhado dos anos de investigações do paradeiro de Bin Laden e ao analisar o efeito que a obsessão pelo terrorista causou na personagem principal, Maya (Jessica Chastain). Não é um filme com muita ação, mas, quando a narrativa é de tão alto nível, ela não faz falta.
"A morte de Bin Laden desperta sentimentos variados nas pessoas
envolvidas na operação. O membro dos SEALs que o matou, mal acredita —
afinal ele acabara de fazer história — enquanto os outros do grupo ficam
eufóricos. Já Maya por outro lado, após reconhecer o corpo do
terrorrista, não consegue esboçar um sorriso. Depois de dedicar os
últimos dez anos de sua vida apenas caçando um homem que virou sua
obssessão, ela se sente aliviada, porém perdida quando tudo acaba. Ela
não saber o que responder quando o piloto a pergunta onde quer ir é o
retrato perfeito disso. A vida dela era o dever cívico que aos poucos
foi virando um desejo de vingança (ela deixa bem claro seu objetivo de
Matar Bin Laden). Não havia nada além disso. E o filme termina
exatamente onde a vida da personagem principal deve realmente começar."
Crítica:
http://isduarte.blogspot.com.br/2013/03/a-hora-mais-escura-oscar-2013.html
A Caça
Se não
fosse por "Amor", eu poderia dizer que "A Caça" foi o filme mais pesado
do ano passado. A direção de Thomas Vinterberg e a atuação de Mads
Mikkelsen fazem nosso coração doer com a história de Lucas, um professor
injustamente acusado de pedofilia.
"O diretor e co-roteirista Thomas Vinterberg (Tobias Lindholm também
assina o roteiro) consegue fazer com que um elo muito forte se crie
entre nós, espectadores, e o personagem principal já que, além de nós,
só o próprio protagonista e seu filho acreditam em sua inocência. Nos
sentimos testemunhas de seu sofrimento, e vítimas da inocência de uma
criança."
Crítica:
http://isduarte.blogspot.com.br/2013/04/a-caca.html
Amor
Todos sabem que uma das especialidades de Michael
Haneke é mexer psicologicamente ou emocionalmente com o seu público. Em "Amor", é provável que ele tenha chegado ao ápice. Poucos filmes já mostraram o lado não bonito da velhice. E mais, até onde as pessoas vão para terminar o sofrimento de seus amados (ou de si mesmos — a questão permanece).
"Se 'O Lado Bom da Vida' foi o filme mais
fell good que concorreu
ao Oscar 2013, 'Amor' pode ser considerado como o mais devastador.
Michael Haneke nos apresenta uma imagem muitas vezes poética, mas não
muito feliz sobre o fim da vida. É um filme sobre não só o amor, a face
mais bela da vida, mas também sobre a mais temível e triste — a morte."
Crítica:
http://isduarte.blogspot.com.br/2013/03/amor-oscar-2013.html
Segredos de Sangue
Na sua primeira incursão em Hollywood, o diretor coreano Park Chan-Wook (de "Trilogia da Vingança") faz um belíssimo trabalho — ainda que a beleza habite mais na estética do que na narrativa do filme.
"Park Chan-Wook não decepciona (...), compensando a fragilidade da narrativa na forma como ele
utiliza recursos visuais e metafóricos para enriquecer o estudo de seu
personagem principal"
Crítica:
http://isduarte.blogspot.com.br/2013/06/segredos-de-sangue.html
Além da Escuridão - Star Trek
Depois do reboot de sucesso de Star Trek nos cinemas, J.J. Abrams voltou com tudo nessa sequência do filme de 2009, fazendo um dos melhores blockbusters do ano. O filme é uma releitura de "A Ira de Khan", só que mais divertido, com melhores efeitos (óbvio), personagens mais elaborados (Benedict Cumberbatch está sensacional como o vilão Khan) e uma direção bem inspirada.
O Homem de Aço
Um filme que muita gente não gostou, mas, se não chegou a superar, atingiu minhas expectativas. Reconheço que é um filme com problemas (principalmente no roteiro), mas ao meu ver, os pontos fortes superaram os pontos fracos.
"Com todos esses altos e baixos, Zack Snyder faz um filme um pouco
problemático, mas divertido e eficiente, conseguindo honrar a grandeza
que esse personagem representa para a cultura pop. O diretor desmonta o
mito de perfeição do Superman, um herói que precisava se inovar e se
adequar ao mundo de hoje — um mundo menos colorido (como sua roupa) e
onde fazer o certo
pode significar sujar suas mãos (como a decisão que ele toma perto do
final)."
Crítica:
http://isduarte.blogspot.com.br/2013/07/homem-de-aco.html
É o Fim
Um daqueles filmes que você ama ou odeia. No meu caso, amei, e achei a comédia do ano.
"A forma como os atores interpretam a si mesmos e zoam os estereótipos
criados em torno deles e os seus próprios filmes é sensacional.
Enquanto alguns, como James Franco, dão corda para eventuais rumores
sobre sua sexualidade (os seus sentimentos por Seth Rogen caminham na
linha da ambiguidade), outros vão completamente contra a imagem criada
durante os anos. Michael Cera é o exemplo mais forte e tem,
provavelmente,
a melhor atuação de sua carreira. Ele está doidão, sem limites.
Impagável!"
Comentário:
http://isduarte.blogspot.com.br/2013/11/curtas-e-o-fim-vhs-2.html
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Outros filmes que merecem menção: O Mestre,
Invocação do Mal, Frances Ha,
Os Miseráveis,
Killer Joe,
A Indomável Sonhadora, The World's End,
Terapia de Risco e
Evil Dead
Melhores filmes que vi em 2012, independente do ano: Chinatown (1974), Peixe Grande E Suas Histórias (2003), Argo (2012), Luzes da Cidade (1931), Tucker & Dale Contra o Mal (2010), As Vantagens de Ser Invisível (2012), O Poder e a Lei (2011), Mississipi Em Chamas (1988), Detona Ralph (2012), Flores do Oriente (2011), Trainspotting (1996), Desconstruindo Harry (1997), Annie Hall (1977), Beijos e Tiros (2005), O Substituto (2011), Triângulo do Medo (2009), A Febre do Rato (2011), O Show de Truman (1998), Um Estranho no Ninho (1975), Bullying (2011),