quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O Homem Que Mudou o Jogo - Oscar 2012

★★★☆☆
Bom

Quais as chances de um filme sobre beisebol ser bem recebido por brasileiros? Nos Estados Unidos é um dos esportes mais populares, já no Brasil ocupa uma posição bem baixa na lista de preferência, bem perto do hóquei, por exemplo. Mas "O Homem Que Mudou o Jogo" ("Moneyball") contraria as probabilidades e consegue ganhar o espectador do Brasil - pelo menos aquele que gosta de cinema. Grande parte graças à forma como o personagem principal, Billy Beane, é introduzido (e desenvolvido) e como a história  (real) é conduzida - não sendo necessário ser conhecedor do esporte para curtir o filme.

Se apoiando no carisma de Brad Pitt, Bennett Miller sabiamente não foca apenas no esporte, mas explora bem os dramas de Billy Bean, uma ex-promessa do beisebol que acabou não vingando. Com a carreira de jogador encerrada, Billy se dedica a um outro cargo no esporte: o de general manager, ou "gerente geral" (cargo aparentemente mais importante que o de técnico). A função do manager basicamente é cuidar da negociação de jogadores. O problema é que Billy trabalha para o Oakland Atlethics, um time que não tem muita grana, e que vinha de uma derrota vergonhosa para o Yankees na última temporada. Numa tentativa de negociação com um outro time, Billy conhece Peter Brand (Jonah Hill), um jovem economista, que logo chama a sua atenção pelo jeito diferente de enxergar o esporte e as negociações - usando estatísticas dos jogadores, ele faz uma equação que define se o investimento vale ou não a pena. Billy contrata Peter e os dois começam a (re)formar o time (que já tinha perdido alguns jogadores importates) para a próxima temporada. Billy começa a sofrer resistência dos olheiros, do técnico e do próprio presidente do clube quando, baseado nos conhecimentos de Peter, começa a contratar jogadores desacreditados - seja por serem indisciplinados, com problemas de saúde ou outros motivos - e os resultados favoráveis não acontecem. Com seu emprego e sua reputação em risco, ele tem que decidir se vai continuar apostando no sistema de Peter ou se vai se render a pressão dos dirigentes do clube.

Brad Pitt está bem no papel, mas acho que ele está ainda melhor em "A Árvore da Vida". Só que em "Moneyball", Pitt é o centro do filme, o que já não acontece no filme de Terrence Malick. Já a indicação de Jonah Hill ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante é uma das coisas mais bizarras da premiação nos últimos anos, mesmo ele já tendo sido indicado pra outras premiações, como o Globo de Ouro. É um bom ator fazendo provavelmente seu papel mais sério na carreira mas que, mesmo assim, ainda destoa dos outros indicados. Nomes como Robin Wright e Philip Seymour Hoffman, que interpreta muito bem o técnico do time (e opositor ferrenho de Billy), ainda compõe o elenco.

"O Homem que Mudou O Jogo" estreou em poucas salas no Brasil e não deve fazer muito sucesso (pelo menos na telona), mas mesmo assim é capaz de fazer com que um amante do futebol pare por 2 horas e curta um filme sobre um esporte que, pra nós, é tão difícil de entender. Mérito não do beisebol, mas do filme em si, que é bom, muito bem feito e não se limita ao campo (trabalhando os dramas dos personagens), prendendo a atenção de quem assiste.

Moneyball
EUA , 2011 - 133 min.
Drama
Direção: Bennett Miller 
Roteiro: Steven Zaillian, Aaron Sorkin
Elenco: Brad Pitt, Jonah Hill,
Philip Seymour Hoffman, Robin Wright, Chris Pratt, Stephen Bishop, Brent Jennings, Ken Medlock, Tammy Blanchard, Jack McGee, Kerris Dorsey 
Indicações ao Oscar: Melhor filme, Melhor ator, Melhor ator coajuvante, Melhor roteiro adaptado, Melhor montagem, Melhor mixagem de som

Nenhum comentário:

Postar um comentário