terça-feira, 17 de setembro de 2013

[Curtas] Sombras da Noite / Em Transe

Sombras da Noite

★★☆☆☆
Razoável

O problema maior de "Sombras da Noite" é o terceiro ato. Os dois primeiros têm seus problemas, mas até são divertidos. O clímax é bem fraco, e a cena final, dispensável. O mais legal mesmo do filme é a adaptação do vampiro Barnabas (Johnny Depp) aos novos tempos e a exploração de seu lado estranho, como ele dormir em lugares bizarros e até aquela cena em que ele fica encarando que nem um gato aquela luminária do quarto da Carolyn (Chloe Grace Moretz) que ele pensava conter sangue.
No geral, o elenco é bom e gostei bastante do Depp. É mais um personagem excêntrico que ele tem sucesso em compor. E as boas falas de Barnabás ajudam na criação dessa figura interessante, para dizer o mínimo.

Se fosse um filme mais centrado na família e que não tivesse a obrigação de ter cenas de ação, "Sombras da Noite" poderia ter dado mais certo, pois elas acabam sendo o maior ponto fraco do filme, por 1- não serem empolgantes; 2- terem revelações que acabam soando ridículas [selecionar o texto a seguir para ler o spoiler] (Carolyn ser lobisomem); 3- e pela própria conclusão com um deus ex machina (o fantasma aparece do nada e vencer a bruxa? Sério???)

Mas, apesar de tudo isso, ainda acho o filme melhor que "Alice". Tim Burton anda vacilando ultimamente, com uma filmografia irregular. Espero que ele se reencontre.
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Em Transe

★★☆☆☆
Razoável

"Trance" é tecnicamente muito bonito e tem uma estética visual inteligente (apesar de abusar de certas marcas, como planos inclinados), mas narrativamente decepciona com uma trama pretensiosa, feita para enganar, ou melhor, confundir o espectador.

Um filme, mesmo complexo, precisa dar ao espectador pistas para que ele possa desvendar a história. "Em Transe" não faz isso (pode até fazer em alguns momentos de transe, mas não para a descoberta dos pontos chave da história) pois, não bastasse o grande emaranhado de real e imaginário que o filme faz, o que é revelado ao final (com dois plot twists) é extremamente difícil que seja descoberto por alguém.

É um roteiro com um grande ego que, se orgulhando de ser TÃO inteligente, em vez de nos levar para dentro do filme, nos faz apenas de espectadores passivos, esperando uma explicação. Até porque, já que sugestão hipnótica é tão fácil, TUDO que estávamos vendo podia não ser real.
Porém, mesmo com esses problemas, o filme tem muitas qualidades, como a já citada estética, a fotografia e o elenco, que está muito bem (principalmente o trio principal formado por James McAvoy, Rosario Dawson e Vincent Cassel).

Para um filme que fala tanto em identidade, acho que faltou um pouco disso em Em Transe. É um filme que não tem alma. Por ter muitas qualidades, não chega a ser ruim, mas confesso que Danny Boyle dessa vez me desapontou.

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